Entenda se escalada de tensões entre EUA e Venezuela pode azedar relação entre Lula e Trump

  • 17/10/2025
A conversa entre Rubio e Vieira O encontro entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, marcou um raro momento de distensão entre Brasília e Washington. Após meses de atrito por causa das tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros, a reunião a portas fechadas na Casa Branca foi descrita como “muito produtiva” e “construtiva”. O diálogo foi visto como um desdobramento positivo do telefonema recente entre Lula e Donald Trump, que sinalizou uma tentativa de reaproximação entre os dois presidentes . Mas esse esforço diplomático pode ser posto à prova diante de tensões sem precedentes entre Estados Unidos e Venezuela. Trump confirmou ter autorizado operações secretas da CIA no país vizinho e disse estudar ataques terrestres contra cartéis de drogas. A escalada militar preocupa o Itamaraty, que tradicionalmente repudia intervenções estrangeiras na América do Sul e defende a não interferência em assuntos internos de outros países. O risco é que uma ação mais agressiva de Washington coloque o Brasil numa posição delicada. Em meio a movimentações dos EUA, Lula defende Venezuela e diz que presidente de fora não vai interferir Se a guerra de nervos entre Washington e Caracas escalar, o Brasil pode ser forçado a escolher entre a solidariedade regional e o diálogo com seu principal parceiro comercial do hemisfério norte. Por ora, a prioridade de Lula é preservar o canal aberto, e impedir que o fantasma da Venezuela volte a azedar a química política recém-recuperada com Trump. “Eu acho que vai ter uma certa reação por alguns governos na América Latina dependendo também do tamanho da ação militar. (...) O Brasil tem uma posição tradicional na política externa: repudia completamente qualquer tipo de intervenção militar na América do Sul. (...) Certamente vai ficar preocupado com esse processo e já demonstrou através do Celso Amorim a sua preocupação A avaliação é de Brian Winter, editor-chefe da revista Americas Quarterly e analista político especializado em América Latina. Para o especialista, a relação bilateral vive um “momento de trégua cautelosa”. Ele observa que Trump parece ter entendido que as tarifas e sanções “não estavam dando certo” e até fortaleceram Lula politicamente. O interesse dos Estados Unidos nas reservas brasileiras de terras raras também ajudou a aproximar os governos. “Há um certo desespero no governo Trump para conseguir mais acesso a esses minerais”, disse Winter, lembrando que o tema virou foco de tensão com a China. “Ele [TRUMP] quer resolver esse problema, baixar a temperatura e se concentrar em outras crises, como México, Venezuela e Irã.” Mesmo assim, o analista político pondera que “Trump não deve admitir derrota” e dificilmente vai revogar o tarifaço. A aposta da diplomacia brasileira, portanto, é avançar por meio de exceções e acordos pontuais, enquanto evita se contaminar pelas turbulências da política externa americana. “O ambiente entre os dois países pode ficar um pouco melhor, mas algumas coisas vão ser difíceis de tirar”, resume. Ouça a entrevista completa no podcast O Asssunto

FONTE: https://g1.globo.com/podcast/o-assunto/noticia/2025/10/17/entenda-se-escalada-de-tensoes-entre-eua-e-venezuela-pode-azedar-relacao-entre-lula-e-trump.ghtml


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