Governo Maduro posiciona tropas e coloca 'nas mãos do povo' diante de avanço de embarcações dos EUA no Caribe
17/10/2025
(Foto: Reprodução) Aumenta a tensão entre EUA e Venezuela
A Venezuela posiciou tropas perto da costa caribenha e decidiu colocar as armas "nas mãos do povo" para enfrentar uma eventual incursão dos Estados Unidos no país, segundo o governo do país.
Os Estados Unidos enviaram em agosto navios e aviões de guerra ao Caribe sob o argumento de uma operação antidrogas. O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, denuncia essas manobras como uma agressão que busca promover uma mudança de regime para se apoderar do petróleo.
"De acordo com esta Constituição [da Venezuela], o monopólio das armas pertence ao Estado; o Estado decidiu que as armas do país, do Estado, estejam nas mãos do povo, para sua proteção", afirmou o ministro do Interior, Diosdado Cabello.
"E é isso que temos feito", acrescentou Cabello, que também é vice-presidente do partido. "Estamos em uma fase de agressão (...) de cerco", assegurou.
O presidente republicano Donald Trump justificou o uso do "poderio militar" dos Estados Unidos na luta contra cartéis que ele vincula a Maduro.
Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024.
AFP/Jim Watson
O mandatário venezuelano nega as acusações e, em contrapartida, afirma que a Venezuela está sendo submetida à "ameaça militar mais letal e extravagante da história".
Diante da presença militar americana, Maduro ordenou exercícios permanentes e convocou o alistamento militar de civis, que estão sendo instruídos no manejo de fuzis.
Forças militares dos Estados Unidos destruíram pelo menos quatro embarcações de supostos narcotraficantes, resultando em 21 mortos. Caracas classificou o bombardeio dessas pequenas lanchas como "execuções extrajudiciais" e uma "sentença de morte" em alto-mar.
Na sexta-feira, a Venezuela solicitou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que impeça os Estados Unidos de cometer um "crime internacional". Segundo Caracas, o governo Trump busca "fabricar um conflito" para justificar uma invasão.
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